Divulgar traições falsas como estratégia de marketing é legítimo? Lojas espalham QR codes com supostas fotos de traição para atrair clientes
Vale tudo para atrair mídia e público na internet em 2024? Algumas estratégias “não convencionais” estão levantando questões éticas e práticas sobre sua legitimidade, como a tendência recente (e polêmica) que envolve o uso de QR codes ligados a falsas acusações de traição para atrair a curiosidade do público e, assim, direcioná-los para sites comerciais.
Mas será que essa abordagem é realmente válida? Vamos mergulhar nessa discussão, analisando os benefícios e os riscos dessa prática e como ela ressoa com donos de médias empresas e tomadores de decisão em grandes empresas.
O poder da curiosidade humana
Imagine se deparar com um cartaz que diz: “Thiago, eu sei que você está me traindo com a Patrícia. Não adianta negar, as imagens não mentem” e ao lado, um QR code. A curiosidade natural poderia fazer muitas pessoas escanearem o código. No entanto, ao invés de fotos comprometedores, os curiosos são direcionados para um site comercial.
Essa técnica, que vem sendo utilizada por alguns lojistas, é vista como uma forma ousada (e polêmica) de atrair novos clientes. A viralização das reações das pessoas, registradas e publicadas nas redes sociais, aumenta ainda mais o alcance da campanha.
Um exemplo famoso é o de uma padaria em Russas, Ceará, cujo vídeo atingiu mais de 20 milhões de visualizações no Instagram.
Sucesso Viral vs. Reputação Manchada
Não há dúvida de que a estratégia pode gerar grande visibilidade e aumentar o tráfego online para o negócio. Contudo, há um risco significativo de frustração e depreciação da marca.
Mas cuidado: uma aplicação mal elaborada dessa técnica pode prejudicar a imagem da empresa. É crucial que os empresários entendam sua persona e como querem se comunicar com seu público-alvo.
Para negócios com um perfil mais descontraído, a estratégia pode funcionar, mas para aqueles que buscam transmitir seriedade, ela pode ser desastrosa.
Exemplos de sucesso
Apesar das críticas, há casos de sucesso. Mattheus Fontes, dono de uma loja de roupas femininas em São Paulo, conseguiu aumentar significativamente o reconhecimento de sua marca com um cartaz contendo um QR code.
A publicação no Instagram atraiu mais de 300 acessos e resultou em aumento de clientes. De forma semelhante, a padaria de Russas viu um aumento de 30% no faturamento após a viralização do vídeo.
“Foi na época que eu mudei a loja para uma galeria e precisava chamar a atenção das pessoas. Coloquei um cartaz de dois metros, que ainda está lá, e deu certo. Até então, o meu objetivo mesmo era atingir só quem passasse ali”, explica Mattheus.
O risco do efeito rebote
Mesmo com o aumento da clientela, a frustração dos consumidores ao perceberem que foram “enganados” pode gerar um efeito rebote.
Para evitar isso, é essencial que os empresários elaborem melhor os passos seguintes à abordagem inicial. Ao invés de apenas direcionar para um catálogo, os lojistas ofereçam uma mensagem personalizada ou promoções exclusivas ao escanear o QR code, convertendo a curiosidade em vendas efetivas.
Reflexões finais
Divulgar traições falsas como estratégia de marketing é uma tática arriscada. Pode gerar grande visibilidade e atrair novos clientes, mas também pode manchar a reputação da empresa e frustrar seus consumidores. A chave está em entender a personalidade da marca e usar a criatividade de forma que ressoe positivamente com o público-alvo.
Portanto, a reflexão é crucial: a curiosidade gerada por uma campanha ousada vale o risco potencial de prejudicar a imagem da sua marca? A resposta dependerá da identidade da empresa, do seu público-alvo e da forma como a estratégia é executada.
No fim, o marketing bem-sucedido é aquele que não só atrai atenção, mas também constrói uma conexão genuína e duradoura com os consumidores.
Outra estratégia de marketing que utilizou da criatividade e curiosidade do público para atingir resultados históricos foi a campanha da Billie Eilish, adicionando seus seguidores no Close Friends, do Instagram.
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